É estranho pensar que o futuro chegou. Mas quando a gente olha para trás, tem a breve sensação de que a cada dia que passa a tecnologia tem um impacto maior no nosso cotidiano. Há não muito tempo, em meados dos anos 1960, o engenheiro alemão Ralph Baer queria projetar uma maneira que fosse possível o ser humano se conectar com um aparelho televisivo. Com a ideia em mente, ele construiu o primeiro videogame da história, o console que inspirou o Magnavox Odyssey, lançado em 1972.
  Hoje, os desejos são maiores. Além de o ser humano querer se conectar com o virtual apenas com o espasmo do corpo, os cientistas tecnológicos mais engajados querem mais: “Vamos aumentar o realismo e a sensação de presença, além de propiciar novas formas de interação, como, por exemplo, a manipulação direta de objetos virtuais”, explicou Romero Tori, pesquisador das interfaces de Realidade Aumentada da Universidade de São Paulo (USP).
Nascida em 1992, nos hangares da companhia de aviões Boeing, a Realidade Aumentada é uma tecnologia que promove a interação do mundo real com o mundo virtual. As aplicações da tecnologia geralmente utilizam câmera de vídeo para capturar as imagens “reais”, que são processadas pelo computador para identificar padrões conhecidos (as ‘tags’). Após este processamento, o computador tem como inserir na cena dados, gráficos 3D e vídeos. Isso é feito de forma bem natural, como se os objetos virtuais realmente fizessem parte da cena real.
A junção de virtual com real tem aplicações em diversas áreas, como a engenharia, a medicina e a publicidade. Mas é no entretenimento que essa visão se torna ainda mais tentadora. A Realidade Aumentada, ou RA como também é conhecida, ainda está engatinhando, mas já pode ser vista funcionando por aí, principalmente em propagandas publicitárias, já que a tecnologia virou febre na hora de promover marcas e produtos.